sexta-feira, 30 de março de 2018

                                                                     O PACTO


Zila era uma mulher jovem, agradável, trabalhadora e doce, mas em certos momentos exibia seu sentimento de ambição. Quando ela não estava ajudando com o trabalho doméstico, geralmente ia ao seu quarto para acessar a internet e a maioria dos conteúdos vistos eram de fama e riqueza. Ela sonhava com sua vida valorizada em todo o mundo. -Um dia eu vou ser uma pessoa muito importante, diz Zila.

A jovem era muito bem vista e respeitada por todos em sua pequena cidade onde morava. Seus pais tinham orgulho dela, porque acreditavam em suas atitudes agradáveis. O que eles não supuseram eram os pensamentos que, por razões que não eram muito claras, ajustava-se em ideias negativos.

Marila, sua mãe saiu para comprar comida e a deixou sozinha em casa. Por certo momento no quarto da destemida jovem surgiu uma mulher muito bonita e glamourosa. De fato, Zila não entendeu como aquela mulher chegou em seu quarto já que a porta estava fechada. Então as ações não demoraram muito para acontecer. A mulher lhe diz que ela pode ter tudo, tudo o que ela desejar. Fez um desenho estranho na parede, onde três números podiam ser vistos: um com a cabeça pontiaguda, um em pé e o terceiro por baixo de ambos. A mulher diz que a primeira coisa que lhe daria seria um amor. De repente, Zila ficou muito feliz, pois gostaria de ter um namorado para junto desfrutar de suas cobiçadas intenções de uma vida intensamente proveitosa. O que ela menos imaginava era que seu suposto namorado já tinha uma dona e que teria que tirá-lo dela.

E assim Zila aceitou. Esse seria o começo de seus desejos feitos e bem aproveitados. Assim sendo,  a misteriosa mulher colocou em seus lábios um veneno que enfeitiçaria o homem a dar todo seu amor a Zila.

Usando de um pretexto infalível, Zila vai ate um pequeno açougue onde o rapaz trabalha, chegando lá, o rapaz estava só e prestes a fechar as portas do trabalho, já se chegava ao fim do seu expediente. Mas Zila o convenceu manter aberto enquanto comprava, cuja tática a favorecia escolher de maneira detalhada algumas carnes suínas e bovinas ao ponto de deixar o sujeito muito angustiado.

Propositalmente focada em seu alvo, ela deixa cair um dos pedaços de carne em que estava escolhendo, o rapaz com agilidade e cavalheirismo logo recolheu o produto e já de pé Zila o agradece e lhe beija, ele instantaneamente sente-se atraído e decide por fim fechar as portas do local e propõe um momento de prazer. De fato, era o que a ambiciosa moça desejava. Depois disso, outros dois encontros aconteceram, o último surpreendendo a namorada do rapaz e causando o fim de uma história de amor para o começo de outra. Tudo se cumpriu!

Depois de alguns dias, seu pai chega em sua casa e diz que a empresa onde trabalha foi processada e teria que demitir alguns funcionários, incluindo seu pai. Neste momento, toda a sua família estava muito desesperada porque lhes faltaria dinheiro para sobreviver. Com isso, Zila apelou ajuda á mulher que lhe prometera ajuda. A mulher reapareceu e mordeu um pedaço do dedo da jovem que por sinal seria o sangue a caneta que assinaria o acordo de riqueza. 

Meia-noite Zila vive uma surpreendente mudança física onde seus membros inferiores se tornam pernas de cavalo. Ela ficou bastante assustada e triste ao ver as belas pernas cheias de pelos e horríveis. No entanto, ela foi comunicada que ela iria continuar com as pernas de animais, pois poderia servir de apoio,  por vezes, quando estivesse em perigo. Assim, entendeu-se que tudo seria feito para o seu bem e cada ação que acontecesse aumentaria as grandes fortunas materiais que ela estava procurando.

As fortunas a levaram ao auge do poder e da glória. Dentro de três semanas ela se tornou uma mulher muito famosa, rica e amada. Seu status atraiu a atenção de muitas pessoas também ambiciosas. Rapidamente, um diretor de cinema a convidou para fazer um filme chamado pacto negro. Seu sucesso foi imenso tornando-a uma das atrizes mais bem pagas e respeitadas do mundo e passou a ocupar seu tesouro nos cinco cantos do planeta. Por motivo de todos os seus desejos realizados a mística mulher passou a ter uma maior presença na vida da mais nova mulher poderosa, Zila. 

Muito contente ao voltar de um evento dirigindo seu carro com o namorado, o menos esperado acontece na hora e lugar errado. Como diziam as misteriosas palavras da mulher na época do pacto, as pernas de Zila foram transformadas em longas e grossas pernas e cabelos estranhos, o que permitiu movimentos fortes e brutais. Seu namorado se apavorou com a cena que ele estava olhando. Zila perde o controle da direção do carro e vive um grave acidente que infelizmente mata o amor que havia conquistado. Ela então resolve usar as pernas adicionadas ao corpo e corre em direção à casa.

Em casa, ela ficou por longas horas trancada em uma suíte luxuosa, triste e pensativa. Inesperadamente na frente de Zila aparece a mulher que a ajudou muito. -Aconteceu uma desgraça. Falou Zila para a mulher e foi respondida com um olhar falso e um sorriso zombeteiro. A mistica a consola dizendo que as pessoas vivem apenas uma vez e é por isso que a experiência de riquezas, prazeres, alegrias e liberdade são presentes de sorte. A explicação acrescentou mais sensações de poder e destaque.

De volta às aspirações e mais desejos de conquistas, Zila aproveita os melhores centros de festas e libertinagem. Nesta nova fase, Zila vive uma sucessão de ansiedades. Ela se move em passos rápidos e violentos, causando ferimentos no corpo e em outras pessoas. O estranho comportamento fez com que ela se sentisse poderosa e feliz. De fato, aos poucos as emoções da superação foram se mostrando.

Ainda tentando superar a ausência de seu parceiro, ao lado de seus pais a jovem que já era uma adulta bem sucedida, resolveu voltar á casa onde morava. Ela precisava ir às suas raízes para se sentir vitoriosa diante da humildade dos outros que permaneceram no mesmo lugar.

Ao chegar as pessoas do povoado a olharam com admiração. -Zila, como linda e elegante você está. Falou uma mulher que a reconheceu, em seguida um homem falou com ela - como você está linda, Zila. É um prazer vê-la novamente desde que se foi daqui. Eu vejo que você se tornou uma mulher diferente e muito bonita. Declarou o conhecido morador da pequena cidade onde Zila saiu para triunfar comprometida com o poder, alegria e prazer. Aos comentários, sobretudo do homem, respondeu exprimindo suas conquistas. -Eu sou rica! Meus esforços me deram a vida que eu sonhei. Eu sou ricaaaa! Você está aqui pobre e infeliz. Seus tolos! Todos os que as reconheceram ficaram surpresos com a atitude de Zila, pois a conheciam como uma menina muito simpática e doce. Foi assim que seus pais se sentiram também desagradavelmente surpresos com a mudança no comportamento de sua filha.

Já maravilhada com a sensação de ser importante perante as pessoas que faziam parte de sua vida pobre, ela retorna para uma das ilustres cidades que mora. Em casa, seus pais decidem comentar a situação de raiva e orgulho que Zila fez. -Querida vimos a sua maneira de tratar nossos conhecidos que tanto faziam parte de nossa vida diária. Ramón, um menino tão bonito e sincero que lhe disse belas palavras, você o maltratou. O dinheiro mudou você? Diz Marila. - Não me reclamem! Ofereço uma vida de luxo, de descanso e vocês me questionam? Eu estou certa. Esqueceram da vida de dificuldades e miséria que vivíamos? Hoje somos ricos, nós temos tudo que precisamos e mais contestou Zila que logo depois foi respondida por seu pai. - Sim, minha filha. Agradecemos pela vida que você nos oferece, mas não imaginamos que você se tornaria uma mulher diferente do que você era: gentil, educada, generosa e honrada com a origem de onde veio, de onde viemos. Mantem-se um hora conflitosa que vem a ser interrompida com o toque do telefone.Na chamada, um convite para Zila celebrar o prêmio que receberia pelo último filme de sucesso produzido. Ela rapidamente muda de roupa e leva seus pais juntos. 

Os três ficaram encantados com o local da comemoração. Estavam em um iate em uma ilha do Mar do Caribe, uma pequena parte do Caribe onde ninguém tinha ido ainda e pouco conhecida. Todos ficaram muito fascinados com a festa, com as pessoas que compartilharam o mesmo momento com muita alegria, glamour e com as cores da natureza do lugar. Na ocasião uma mulher levanta uma taça e anuncia o momento da homenagem. Zila se move para receber o premio, o iate explode causando mais uma desgraça em sua vida. Com o impacto da explosão, Zila pulou para fora do transporte aquático e viu todos morrendo, inclusive Marila e Manuel, seus pais. Por um momento, ela olhou para um homem saindo de perto da explosão e mergulhando. - Socorro! Socorro! foram as palavras que Zila gritou por ajuda para a pessoa que olhou. Mas não era mais possível vê-la, ele desapareceu nas águas do mar.

Ela nadou até uma ilha próxima e passou uma hora e meia até que avistou um barco com dois pescadores que lhe ajudaram a sair da ilha e ir  para a cidade. Pela tragedia registrada, a polícia e uma equipe de investigadores foram comunicados e descobriram que o fato realmente aconteceu, porém havia apenas dois mortos, seus pais. Zila ficou muito assustada em razão de ter mais pessoas no barco. -Não! Havia cerca de 50 pessoas no mínimo. Afirmou Zila á justiça. Depois de três dias, Zila vive momentos de tribulação. Ainda não entendendo o que realmente aconteceu com o corpo das pessoas que compartilharam a celebração com ela, fica a pensar por longos períodos confundida com tudo.

Nesse período de solidão e perda de seus queridos parentes, a jovem que cresceu e alcançou sucesso e poder tem seus pensamentos dominados por eventos trágicos. Em sua memória vive a morte que presenciou: a morte de seu namorado, os danos que ela causou em algumas pessoas em uma boate, a morte de sua mãe e de seu pai, e então passou a ser seguida por seres espirituais. Com isso, desesperada durante uma noite, Zila saiu pelas ruas e um carro a provocou um acidente, onde tristemente a deixa deficiente causando a falta de pernas e braços. Seu final terminou em um hospital louca sem perna e sem braço.

 Por: DAVI ALBUQUERQUE

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