quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

PODEDUC: UM DIÁLOGO LIVRE E ABERTO SOBRE EDUCAÇÃO.

 


Agora temos voz! Por muito tempo a escrita fez parte da expressiva comunicação de Davi Albuquerque, mas agora o jovem dá voz e tom às suas ideias, opiniões e interação por meio do Podcast PodEduc, um programa de rádio direcionado ao mundo da educação. Porém, diferente do clássico rádio que possui programas com hora marcada e limitado à temas sociopolíticos, o Podcast possui um formato dinâmico e com a possibilidade de ser ouvido a qualquer momento.   

A ideia de criar um podcast voltado ao mundo da educação surgiu a partir de sua inquietação e a vontade continua de debater assuntos pertinentes ao ensino, aprendizagem e aos modelos de educação presentes nas escolas e famílias do nosso pais. 

Isso mostra o desejo incessante de Davi Albuquerque por comunicar-se, conquistando assim espaço novas plataformas, e segue sendo CURTO E DIRETO

Ouça o PodEduc, um espaço livre e aberto ao diálogo sobre educação. Você encontrará dicas pedagógicas, opinião e entrevistas. Compartilhe essa noticia com quem aprecia educação, se importa e acredita que falar sobre educação seja necessário. Pode falar! 

Por: Davi Albuquerque

@davialbuquerque94

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

O QUE 8 MESES DE DOCÊNCIA ME ENSINOU?

 


Durante 8 meses vivenciei uma das práticas profissionais mais nobre no mercado de trabalho: Ensinar, educar e cuidar. Muito mais do que produzir e manusear máquinas, há neste mercado um objetivo mais imaterial, formar pessoas. A produção é mais minuciosa e delicada. Não há espaço para exigências frias e vazias. Tampouco, força para construir, pois construímos com a mente e o coração.

Enquanto professor/educador, percebi que as crianças estão solitárias. O ambiente escolar tornou-se campo de concentração para refugia-las e externar emoções triviais. Cada vez mais negligenciadas pelos responsáveis e mercantilizadas pelo sistema, as nossas crianças vivem em constante aceleração pela busca do que as proporcionem significado existencial. O descaso e a ignorância dos adultos as fazem agir com descaso consigo mesmas.

Carentes de afeto, respeito, atenção, princípios e valores que as formem para uma vida justa e humana. Embora não seja essa a função do professor, mas se queremos um lugar saudável, precisamos antes de tudo, trabalhar aspectos que contribuam para o processo de aprendizagem com menos prejuízos.

Por estas razões que aprendi:

Ouvir para ser ouvido

Respeitar para ser respeitado

Oferecer o seu melhor para receber o melhor

Ser sensível ao outro para que seja sensível a você

Comunique-se com clareza para obter retornos claros

Ser sempre educado para colher educação

Para a execução desse posicionamento faz-se preciso compreender a identidade de cada criança, sua cultura, suas relações sociais e étnico-raciais. Compreender a influência desses conceitos na docência fortalece o elo entre educação e democracia. 

São as nossas necessidades orgânicas, afetivas e racionais que nos levam ao trabalho. E para que haja sentido no que fazemos é preciso haver uma motivação que atenda aos critérios subjetivos e sociais. Não é fácil ser professor em uma sociedade mal-educada emocionalmente e intelectualmente. Somos submetidos a uma responsabilidade que transpassa todos os setores: preparar e capacitar pessoas para que deem continuidade ao que já existe.

Precisamos nos cuidar! Evitar tudo aquilo que destrói o senso de humanidade: gritos, xingamentos e violência em quaisquer formas e modalidades. Tornar cultural o hábito de oferecer o lado bom para também receber o lado bom. Eu aprendi em 8 meses de docência que necessitamos ser cada vez mais sensíveis se quisermos de fato uma educação baseada em direitos e deveres capazes de serem cumpridos. 

Davi Albuquerque


domingo, 29 de outubro de 2023

MINHA PROFISSÃO DE PROFESSOR

 

                                                      arquivo pessoal


Ainda quando criança minha brincadeira preferida era Escolinha. Através dessa brincadeira eu realizava o meu desejo de ser professor. E de tanto optar quase sempre por essa brincadeira, já era quase certo que eu seria professor.

Por haver alguns parentes na profissão, meus pais tinham muito estima pela profissão de professor e perceber que meu apreço pela mesma profissão exercida por tias, primos e conhecidos íntimos... seria motivo de satisfação.  

Levei comigo esse proposito até meus 15 anos. Sustentei a ideia de ser professor com muito gosto e força de vontade, porque ser professor exige-nos bastante força de vontade.  E por gostar de Espanhol, já tinha definido minha graduação: Letras. Ensinar espanhol tornou-se meu sonho.

Contudo, como todo adolescente inseguro e de fácil influência pela opinião dos amigos, resolvi mudar completamente meu anseio profissional. Passei por um longo período de ansiedade e idealização pela profissão de jornalista. Eu almejava tudo aquilo que a profissão de professor não tem: prestígio, valorização e status.

No entanto, eu nasci com destino traçado. Aos 25 anos, ingressei na graduação em Pedagogia, a base de todas as demais licenciaturas. Durante a formação, eu me vi pertencente á educação e como uma hipnose, revivo na realidade a mesma sensação de quando ser professor não passava de uma brincadeira de criança.

Embora parecesse uma brincadeira inocente (escolinha), eu realizava todas as atividades com intencionalidade pedagógica. Isso acontecia porque eu me inspirava em meus professores e reproduzia com objetivo e empenho aqueles conteúdos que levava aos amigos. Eu sempre tive essa vontade de quando aprendia algo novo querer passar para alguém, e essa foi uma característica marcante que me fez enxergar-me como professor.

Desafiadora e árdua é a profissão de professor, mas não me vejo fora dessa dimensão. Quero todos os dias tornar o sonho da minha criança uma realidade alegre e contagiante.

Davi Albuquerque 

sábado, 14 de outubro de 2023

DIA DO PROFESSOR, A PROFISSÃO DAS PROFISSÕES

                                                               15 DE OUTUBRO


Para todo aquele que deseja aprender um ofício, faz-se necessário o auxílio de alguém que o ensine e o motive. Damos a esse alguém o título de professor, o responsável por gerar outras profissões. Informalmente ou formalmente, o professor pare o médico, o engenheiro, o pintor, o eletricista, o motorista, o advogado e o próprio professor.

Como toda mãe que sofre o desdém de alguns filhos, a profissão de professor é pouco reconhecida, tem seu zelo durante a gestação, mas o menosprezo após dar vida a outras profissões. Infelizmente, mesmo sendo essa figura valiosa na sociedade, o professor não recebe a merecida atenção, deixando-o assim, um mero reprodutor do saber.

É triste e lamentável essa comparação, mas é um fato. Sabemos que há muito tempo esse profissional sofre com o desprezo e a ingratidão, sim a ingratidão. Se os demais profissionais fossem de fato gratos, não aceitariam que seus mestres recebessem o mínimo: prestígio, bons salários e maiores incentivos. Não permitiriam que seu status superasse o de um professor.

Professor passa fome, professor não faz nada... frases como essas destrói toda auto estima dessa nobre profissão. E é por opiniões como essas que muitas pessoas adiam ou desistem do sonho de ser professor. 

Segundo o Semesp, o Brasil terá uma falta de 235 mil professores até 2040. É um dado alarmante que evidencia o quanto esta profissão padece de políticas públicas que viabilize melhorias nos serviços de educação para estudantes e professores, sendo esses últimos, os mais carentes de valorização por realizarem um árduo trabalho no ambiente de trabalho e ainda em casa.

Precisamos levar aos centros de debate, com maior força e educação, o desejo de ressignificar a profissão de professor. Agir com a mesma autoridade que o advogado e desenhar um novo cenário para a educação como o arquiteto.

15 de outubro, Dia do Professor, necessita ser urgentemente uma data de luta e de glória, precisamos conquistar a fama de um protagonista empoderado e sucedido. Perder algumas idealizações pode ser o recomeço de uma nova história para estes profissionais. Encarar os desafios com a certeza de que há situações que nos valem lutar e outras... essas outras deixemos para quem cabe a responsabilidade: os pais e os Estado.

Davi Albuquerque, pedagogo em formação. 

quarta-feira, 16 de março de 2022

       RADIALISTA NOGUEIRA FILHO DEIXA A 98,7 FM


Nessa última Quarta-feira, o radialista Nogueira Filho, anunciou sua saída da rádio 98,7 FM.

Há mais de 14 anos, Nogueira Filho estava á frente da rádio comunitária, apresentava seu famoso programa Momento Naftalina, que era líder de audiência nas manhãs de Pentecoste. Além de radialista, Nogueira Filho era responsável pela direção da casa.

" Dei a minha vida, meu sangue, meu profissionalismo",  disse o radialista ao se despedir dos ouvintes.

O motivo de sua saída, ainda pouco esclarecido, está ligado a uma injustiça.

Nogueira Filho seguirá com sua programação pessoal através da Web rádio e nas redes sociais.       Por: Davi Albuquerque

domingo, 23 de janeiro de 2022

                                                     FLAVIN, O TALENTO DA EMPATIA


Desde quando a sonoridade do Rap ganhou a atenção do mundo, principalmente da população menos favorecida, que o ritmo tem sido um instrumento de revolta e reflexão sobre as maiores questões sociais contemporânea.

Aqui no Brasil, Mano Brown e Marcelo D2 são os maiores representantes  desse ritmo que afronta desde ideias conservadoras á pobreza.

Seguindo esses percursores, o jovem Flávio Braga, de 25 anos, tem mostrado nas redes sociais a sua genialidade no Rap. Há 4 anos Flavin canta e compõe, usando-se de sua imagem e talento como voz de minorías próximas do seu convivio.

Além da sua visão social tão sensível ao seu redor, Flavin, como prefere ser chamado,  encontrou nas composições uma forma de superar seus dramas psicológicos. Todo problema tornava-se música e poesia.

Em empatia com a dura vivência da periferia, Flavin manisfesta em suas letras a realidade da cidade onde mora, Caucaia,  a segunda maior cidade do Ceará, com fortes índices de violência e criminalidade. Insegurança, má infraestrutura e todo o caos urbano são temas que ganham espaço em um pequeno estúdio montado por Flavin e alguns amigos, para potencializar a voz da resistência.

Seu repertório nada sútil, propõe força e determinação para a sobrevivência, duas defesas que o Rap usou na balbúrdia de suas emoções.

Numa pergunta clichê como: Qual é o seu sonho? Flavin foi surpreendente na resposta.

"meus pensamentos são utópicos, mas luto pra que possamos ter cada vez mais equidade." Flavin é um artista laçado pela arte e pela justiça social, vale ou não vale a pena ouvir suas músicas?

Instagram:flavin6697

Por: Davi Albuquerque

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

                                          A ÚLTIMA VEZ QUE TE VI 


Provavelmente Tom já lembrasse mais de mim, mas ele continuava sendo aquele garoto sensível disfarçado com roupas longas e a cara quase sempre séria. Esse era o estilo da minha paixão; fria e quente, cheia de nuances.

- Otávio: Oi, Tom! Sou Otávio, seu colega do ensino médio, lembra?

Ali ele sorriu, logo pensei que o motivo seria eu. 

- Tom: Oi. Desculpe, não lembro de você.

Ele foi embora deixando-me um vazio. Claro, nos encontramos por acaso, certamente estivesse com pressa, o metrô já ia partir. 

Eu não devia me importar, era apenas um detalhe do passado, além disso, estava á caminho do meu primeiro emprego. 

No trajeto de 1 hora, me desfiz da reação de Tom, ficando-me somente no que iria me levar adiante após essa frustração.

Na empresa, surpreso, nervoso e dando giros de pensamentos, pois era ali que eu ia dar um salto no futuro, depois de um duro período de estudos e conflitos. 

O que eu não imaginava era que voltaria a ver Tom, sim, ele também começava seu primeiro dia de trabalho. Para aumentar ainda mais meu espanto, ele faria parte da mesma equipe ao qual fui colocado, sobretudo, seria meu líder. 

Trocamos olhares, sorrisos, gestos que todo coração bobo expressa por fora. Porém, não chegamos a comentar o inusitado encontro. Talvez que ele quis se fazer de desentendido, tópico de sua sutileza. Seguimos como colegas, dessa vez adultos e de trabalho.

Não demorou muito para termos trocas de idéias mútuas e envolventes. Juntos produzimos e nos fazíamos grande. Nos tornamos uma dupla fenômeno na empresa embora Tom sempre estivesse ainda sobre mim, uma responsabilidade á mais, um jeito de ser mais apreciado... Mas o fato é, qualquer qualidade ou defeito nos completava. 

Por mais uma vez nos vimos no mesmo metrô. Até o desembarque, o tempo nos deu uma oportunidade para abrirmos um diálogo. Estranho, mas mesmo assim cada quilômetro aqueceu o momento. 

Foi ele que  deu as primeiras palavras em meio ao barulho da desconfiança, da insegurança e da ansiedade. 

-Tom: Na verdade sempre lembrei de você, mas com algumas tentativas frustradas, permiti o destino agir por si só. 

Meu coração? Sobresaiu-se pela janela e eu fiquei neon, mas mantendo-me firme. Coube a mim perguntar.

- Otávio: Nenhuma recordação te dava caminho para me procurar? 

Curto e direto! Foi assim que respondi seu recuamento. 

-Tom: Como disse, preferi deixar o destino agir. 

Otávio: Com a idade que você tem hoje, conseguirias me falar de amor?

-Tom: Sim! Até agora guardei todo meu amor pra  você. 

Bom, isso foi o bastante para deixa-me perplexo e certo que tivemos desencontros. 

- Otávio : Atrevo-me  a dizer que o único conceito de amor para mim revelado é o que também guardei até agora por você. Aquele abraço caloroso no último dia de aula nunca esfriou. 

Tom foi perspicaz. 

-Tom: Gostaria de ver algumas partes suas que estão sob essa roupa que o cobre justamente. 

-Otávio: Eu não sou partes, sou inteiro, como cada linha que entrelaça seu cachecol. 

Deixei-o calado por alguns minutos e logo desembarcamos e fomos para mais um dia de trabalho. 

Foi um dia incomum, parecia ser o último. Por diversas vezes trocamos olhares e no final do expediente fui presenteado com um eu te amo escrito em um papel deixado por Tom na mesa. 

Incrivelmente ele me esperava no metrô, e foi diante de um amontoado  de olhares que ele beijou meus lábios. Estonteante! 

No dia seguinte ao chegar no trabalho, havia um clima de comoção incompreensível. Deram-me a notícia da morte de Tom. Ele chegou a me falar tudo, menos que sofria de um câncer raro e sem cura. Em choque, voltei para casa sem dar explicação. Tentei ao máximo reviver aquela alegre memória. -  Foi a última vez que te vi.

Por: Davi Albuquerque

Instagram: davialbuquerque94

Imagem: istock