arquivo pessoal |
Ainda quando criança minha brincadeira preferida era
Escolinha. Através dessa brincadeira eu realizava o meu desejo de ser
professor. E de tanto optar quase sempre por essa brincadeira, já era quase
certo que eu seria professor.
Por haver alguns parentes na profissão, meus pais tinham
muito estima pela profissão de professor e perceber que meu apreço pela mesma
profissão exercida por tias, primos e conhecidos íntimos... seria motivo de
satisfação.
Levei comigo esse proposito até meus 15 anos. Sustentei a
ideia de ser professor com muito gosto e força de vontade, porque ser professor
exige-nos bastante força de vontade. E
por gostar de Espanhol, já tinha definido minha graduação: Letras. Ensinar
espanhol tornou-se meu sonho.
Contudo, como todo adolescente inseguro e de fácil
influência pela opinião dos amigos, resolvi mudar completamente meu anseio
profissional. Passei por um longo período de ansiedade e idealização pela
profissão de jornalista. Eu almejava tudo aquilo que a profissão de professor
não tem: prestígio, valorização e status.
No entanto, eu nasci com destino traçado. Aos 25 anos,
ingressei na graduação em Pedagogia, a base de todas as demais licenciaturas.
Durante a formação, eu me vi pertencente á educação e como uma hipnose, revivo
na realidade a mesma sensação de quando ser professor não passava de uma
brincadeira de criança.
Embora parecesse uma brincadeira inocente (escolinha), eu
realizava todas as atividades com intencionalidade pedagógica. Isso acontecia
porque eu me inspirava em meus professores e reproduzia com objetivo e empenho
aqueles conteúdos que levava aos amigos. Eu sempre tive essa vontade de
quando aprendia algo novo querer passar para alguém, e essa foi uma
característica marcante que me fez enxergar-me como professor.
Desafiadora e árdua é a profissão de professor, mas não me
vejo fora dessa dimensão. Quero todos os dias tornar o sonho da minha criança
uma realidade alegre e contagiante.