Durante 8 meses vivenciei uma das
práticas profissionais mais nobre no mercado de trabalho: Ensinar, educar e
cuidar. Muito mais do que produzir e manusear máquinas, há neste mercado um
objetivo mais imaterial, formar pessoas. A produção é mais minuciosa e delicada.
Não há espaço para exigências frias e vazias. Tampouco, força para construir,
pois construímos com a mente e o coração.
Enquanto professor/educador,
percebi que as crianças estão solitárias. O ambiente escolar tornou-se campo de
concentração para refugia-las e externar emoções triviais. Cada vez mais negligenciadas
pelos responsáveis e mercantilizadas pelo sistema, as nossas crianças vivem em
constante aceleração pela busca do que as proporcionem significado existencial.
O descaso e a ignorância dos adultos as fazem agir com descaso consigo mesmas.
Carentes de afeto, respeito, atenção,
princípios e valores que as formem para uma vida justa e humana. Embora não
seja essa a função do professor, mas se queremos um lugar saudável, precisamos
antes de tudo, trabalhar aspectos que contribuam para o processo de
aprendizagem com menos prejuízos.
Por estas razões que aprendi:
Ouvir para ser ouvido
Respeitar para ser respeitado
Oferecer o seu melhor para
receber o melhor
Ser sensível ao outro para que
seja sensível a você
Comunique-se com clareza para
obter retornos claros
Ser sempre educado para colher
educação
São as nossas necessidades orgânicas,
afetivas e racionais que nos levam ao trabalho. E para que haja sentido no que
fazemos é preciso haver uma motivação que atenda aos critérios subjetivos e
sociais. Não é fácil ser professor em uma sociedade mal-educada emocionalmente
e intelectualmente. Somos submetidos a uma responsabilidade que transpassa
todos os setores: preparar e capacitar pessoas para que deem continuidade ao
que já existe.
Precisamos nos cuidar! Evitar tudo
aquilo que destrói o senso de humanidade: gritos, xingamentos e violência em
quaisquer formas e modalidades. Tornar cultural o hábito de oferecer o lado bom
para também receber o lado bom. Eu aprendi em 8 meses de docência que necessitamos ser
cada vez mais sensíveis se quisermos de fato uma educação baseada em direitos e
deveres capazes de serem cumpridos.
Davi Albuquerque