sexta-feira, 9 de março de 2018

                           A DINÂMICA DA CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA NO BRASIL


Nos últimos meses pequenas e grandes cidades estão vivendo surtos de diversos tipos de crimes e violência.  O problema que se concentrava apenas nas grandes cidades do pais, hoje se expande para o interior dos estados, até comunidades rurais não escapam da crueldade.

A rotina atualmente é complexa. Cada vez mais a criminalidade vem dominando os direitos de ir e vir dos cidadãos, onde estes manifestam inegavelmente os sentimentos de tristeza e medo.  A luta pela segurança é constante.

O Governo possuindo todos os recursos disponíveis não consegue frear de maneira efetiva as ações criminosas praticadas por indivíduos inescrupulosos que desonram a moral civil. A situação é preocupante, os índices de violência e crime aumenta com força, força física que gera estatísticas negativas. Com isso, a segurança pública é colocada em dúvida em relação ao controle das ocorrências.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (http://ipea.gov.br/portal), o Brasil registrou no ano de 2015, 59, 080 homicídios. Isso comprova o quanto o número da violência e da impunidade é crescente e requer máxima atenção.

Sob uma análise psicológica defendida pelo psicólogo e também filosofo, José Cardozo, muitos atos e muitas atitudes realizadas por pessoas violentas até o crime são devidos a problemas não resolvidos que a tornam incapaz de encontrar soluções. Seus processos mentais inferem mecanismos para o sistema metabólico na produção de serotonina, um hormônio de vigília, que, ausente, faz com que o sistema biológico do ser humano seja cegado por tensões ou pressões psicológicas ou mentais. Isso é chamado de obtenção da atenção e perda de interesse geral ou parcial do ato vital ou de um outro. Ou seja, surge o instinto animal ou primário de sobrevivência. Neste lapso, a pessoa se sente violenta e agressiva gastando suas forças físicas e mentais para se defenderer. O que o faz matar ou machucar aquele que tem o adversário e perde o valor moral e social do comportamento e sua relação com seu ambiente imediato.

Para compreendermos o lado sócio-politico do crime e da violência, consultamos o Cientista Politico e Professor, José Jocélio Simplicio de Moraes, ele que é professor da EEEP ALAN PINHO TABOSA e participa de movimentos sociais e políticos na cidade de Pentecoste explicou as causas e efeitos da criminalidade. ¨O Brasil hoje figura entre os dez países mais violentos, segundo os órgãos internacionais de segurança.¨ Informou Jocélio Moraes.

CURTO E DIRETO: Como podemos definir criminalidade e violência?

JOCÉLIO MORAES: A criminalidade é o ato que vai contra as leis e as normas estabelecidas da sociedade. A violência é o ato de impor a força física, moral, verbal contra os indivíduos que sofrem a violência.

CURTO E DIRETO: Os dois atos ilícitos estão sempre ligados?

JOCÉLIO MORAES: Os dois atos são distintos, pois a criminalidade pode ser a consequência do ato de violência. Há muitos atos de violência que ainda não estão tipificados nas leis que os tornam crimes.

CURTO E DIRETO: O que tem provocado o aumento da violência e da criminalidade no pais?

JOCÉLIO MORAES: A sensação de impunidade é um dos fatores que têm dado mais força para a imposição da violência. A justiça que ainda precisa de mais eficiência para julgar e condenar crimes que assolam a sociedade. Falta de um planejamento mais desenvolvido, com aparato policial, de inteligência, de articulação entre os órgãos de segurança precisavam está mais cooperativos para enfrentar o aumento da violência e da criminalidade. O Brasil hoje figura entre os dez países mais violentos, segundo os órgãos internacionais de segurança.

CURTO E DIRETO: A partir de que momento a criminalidade e a violência se expandiu pelo pais?

JOCÉLIO MORAES: O sucateamento da segurança estatal ao longo dos governos democráticos que não conseguiram desenvolver o potencial dos agentes da segurança. Não houve uma intervenção cidadã e nem política que trabalhasse com mais organização entre o estado e a sociedade. Assim, a violência foi se alastrando às margens da sociedade brasileira, com surgimento de grupos, facções rivais que hoje querem o domínio dos territórios.

CURTO E DIRETO: As políticas públicas de combate as drogas não estão sendo eficientes?

JOCÉLIO MORAES: Não. Os investimentos na área da segurança são muito aquém das realidades que as cidades brasileiras grandes e pequenas sofrem. O estado não consegue acompanhar o ritmo das mudanças sociais. A educação, a saúde, o emprego, a cultura está fragilizada, falta uma governabilidade que promova essas mudanças. No caso do Ceará, em 2017 houve uma melhora na educação, mas na segurança, saúde, cultura ainda não acompanharam os progressos da sociedade. Por isso, as drogas estão inseridas neste contexto social. Tanto a classe alta e a baixa estão sendo inseridas nessa problemática das drogas. E o governo e outros passados não desenvolveram nenhuma política eficiente e eficaz que reduzisse o problema

CURTO E DIRETO: A polícia está bem preparada para combater o crime hoje?

JOCÉLIO MORAES: Infelizmente, a polícia tem sofrido tanto com a precariedade do trabalho, quanto da justiça que é ineficiente quanto aos julgamentos de crimes comuns até os hediondos. A formação ou preparação desses agentes são precários. Muitos policiais têm morrido tanto no trabalho quanto na folga. Alguns entram na criminalidade também. Outros adoecem pelo nível de stress a que estão submetidos. Os presídios, cadeias, locais de segurança estão sucateados, mesmo com pequenos investimentos. Há muito que se planejar para melhorar o combate ao crime.

CURTO E DIRETO: Fala-se que o Governo perdeu o controle com o crime. O senhor concorda com essa afirmação?

JOCÉLIO MORAES: É difícil dizer que o governo perdeu o controle. Na verdade, não deram a devida prioridade é não estão articulados para combater a criminalidade. Os deputados não conseguem dá uma resposta frente a violência. Os governadores e presidente não consegue executar políticas públicas eficientes. Tivemos agora aquela intervenção no Rio de janeiro, mas e aí, até quando a força nacional vai ficar fazendo o trabalho que é do governo estadual? Ou seja, não tiveram planejamento, articulação e execução que mudasse a realidade hoje estabelecida.

CURTO E DIRETO: Que atos de violência são mais marcantes na sociedade?

JOCÉLIO MORAES: Os atos de violência são muitos, rivalidades dos grupos por território do tráfico, assaltos bancários, sequestros, etc....

CURTO E DIRETO: Na sua opinião, o que representou a rebelião na cadeia pública de Pentecoste?

JOCÉLIO MORAES: São facções que estão medindo forças para demonstrar sua força e controlar os seus territórios de atuação. Os governos não conseguem dá uma resposta frente ao crime organizado. A sociedade está acuada, pois também está refém da violência tamanha. Representa vários pontos de vista.

CURTO E DIRETO: Pode se considerar que Pentecoste se tornou ou está se tornando uma cidade violenta?

JOCÉLIO MORAES: Nos últimos cinco anos os números de homicídios reduziram significativamente. Os assaltos tinham subido, mas também já caíram. Agora, a prevenção é sempre importante como um alerta para o que está acontecendo atualmente.

CURTO E DIRETO: Quais as principais consequências do crescimento da violência e criminalidade no Brasil?

JOCÉLIO MORAES: É uma sociedade fragilizada, jovens que entram mais cedo no mundo do crime, morrem cedo também. A educação também sofre, pois a questão da civilização está ligado a cultura educacional, formação de cidadãos críticos e reflexivos. O Brasil também sofre com as desigualdades sociais, desemprego. Crianças são prejudicadas. O futuro é uma incógnita.

CURTO E DIRETO: Quais medidas deveriam ser tomadas para evitar tantos índices de violência e criminalidade?

JOCÉLIO MORAES: Sem dúvida investimentos na educação, cultura, segurança. Formação para os profissionais. Conscientização da sociedade de como trabalhar em conjunto. As políticas públicas estarem articuladas, buscando a participação da sociedade.
Por: DAVI ALBUQUERQUE

Nenhum comentário:

Postar um comentário