A DINÂMICA DA CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA NO BRASIL
Nos últimos meses
pequenas e grandes cidades estão vivendo surtos de diversos tipos de crimes e
violência. O problema que se concentrava
apenas nas grandes cidades do pais, hoje se expande para o interior dos
estados, até comunidades rurais não escapam da crueldade.
A rotina atualmente é
complexa. Cada vez mais a criminalidade vem dominando os direitos de ir e vir
dos cidadãos, onde estes manifestam inegavelmente os sentimentos de tristeza e
medo. A luta pela segurança é constante.
O Governo possuindo
todos os recursos disponíveis não consegue frear de maneira efetiva as ações
criminosas praticadas por indivíduos inescrupulosos que desonram a moral civil.
A situação é preocupante, os índices de violência e crime aumenta com força,
força física que gera estatísticas negativas. Com isso, a segurança pública é
colocada em dúvida em relação ao controle das ocorrências.
De acordo com o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(http://ipea.gov.br/portal), o Brasil
registrou no ano de 2015, 59, 080 homicídios. Isso comprova o quanto o número
da violência e da impunidade é crescente e requer máxima atenção.
Sob uma análise psicológica
defendida pelo psicólogo e também filosofo, José Cardozo, muitos atos e muitas
atitudes realizadas por pessoas violentas até o crime são devidos a problemas
não resolvidos que a tornam incapaz de encontrar soluções. Seus processos
mentais inferem mecanismos para o sistema metabólico na produção de serotonina,
um hormônio de vigília, que, ausente, faz com que o sistema biológico do ser
humano seja cegado por tensões ou pressões psicológicas ou mentais. Isso é
chamado de obtenção da atenção e perda de interesse geral ou parcial do ato
vital ou de um outro. Ou seja, surge o instinto animal ou primário de
sobrevivência. Neste lapso, a pessoa se sente violenta e agressiva gastando
suas forças físicas e mentais para se defenderer. O que o faz matar ou machucar
aquele que tem o adversário e perde o valor moral e social do comportamento e
sua relação com seu ambiente imediato.
Para compreendermos o lado sócio-politico do crime e da violência, consultamos o Cientista Politico e Professor, José Jocélio Simplicio de Moraes, ele que é professor da EEEP ALAN PINHO TABOSA e participa de movimentos sociais e políticos na cidade de Pentecoste explicou as causas e efeitos da criminalidade. ¨O Brasil hoje figura entre os dez países mais violentos, segundo os órgãos internacionais de segurança.¨ Informou Jocélio Moraes.
CURTO E DIRETO: Como podemos definir
criminalidade e violência?
JOCÉLIO MORAES: A criminalidade é o
ato que vai contra as leis e as normas estabelecidas da sociedade. A violência
é o ato de impor a força física, moral, verbal contra os indivíduos que sofrem
a violência.
CURTO E DIRETO: Os dois atos ilícitos
estão sempre ligados?
JOCÉLIO MORAES: Os dois atos são
distintos, pois a criminalidade pode ser a consequência do ato de violência. Há
muitos atos de violência que ainda não estão tipificados nas leis que os tornam
crimes.
CURTO E DIRETO: O que tem provocado o aumento
da violência e da criminalidade no pais?
JOCÉLIO MORAES: A sensação de impunidade é um dos fatores que têm dado mais força para a imposição da violência. A justiça que ainda precisa de mais eficiência para julgar e condenar crimes que assolam a sociedade. Falta de um planejamento mais desenvolvido, com aparato policial, de inteligência, de articulação entre os órgãos de segurança precisavam está mais cooperativos para enfrentar o aumento da violência e da criminalidade. O Brasil hoje figura entre os dez países mais violentos, segundo os órgãos internacionais de segurança.
CURTO E DIRETO: A partir de que
momento a criminalidade e a violência se expandiu pelo pais?
JOCÉLIO MORAES: O sucateamento da
segurança estatal ao longo dos governos democráticos que não conseguiram
desenvolver o potencial dos agentes da segurança. Não houve uma intervenção
cidadã e nem política que trabalhasse com mais organização entre o estado e a
sociedade. Assim, a violência foi se alastrando às margens da sociedade
brasileira, com surgimento de grupos, facções rivais que hoje querem o domínio
dos territórios.
CURTO E DIRETO: As políticas públicas
de combate as drogas não estão sendo eficientes?
JOCÉLIO MORAES: Não. Os investimentos
na área da segurança são muito aquém das realidades que as cidades brasileiras
grandes e pequenas sofrem. O estado não consegue acompanhar o ritmo das
mudanças sociais. A educação, a saúde, o emprego, a cultura está fragilizada,
falta uma governabilidade que promova essas mudanças. No caso do Ceará, em 2017
houve uma melhora na educação, mas na segurança, saúde, cultura ainda não
acompanharam os progressos da sociedade. Por isso, as drogas estão inseridas
neste contexto social. Tanto a classe alta e a baixa estão sendo inseridas
nessa problemática das drogas. E o governo e outros passados não desenvolveram
nenhuma política eficiente e eficaz que reduzisse o problema
CURTO E DIRETO: A polícia está bem
preparada para combater o crime hoje?
JOCÉLIO MORAES: Infelizmente, a
polícia tem sofrido tanto com a precariedade do trabalho, quanto da justiça que
é ineficiente quanto aos julgamentos de crimes comuns até os hediondos. A
formação ou preparação desses agentes são precários. Muitos policiais têm
morrido tanto no trabalho quanto na folga. Alguns entram na criminalidade também.
Outros adoecem pelo nível de stress a que estão submetidos. Os presídios,
cadeias, locais de segurança estão sucateados, mesmo com pequenos
investimentos. Há muito que se planejar para melhorar o combate ao crime.
CURTO E DIRETO: Fala-se que o Governo
perdeu o controle com o crime. O senhor concorda com essa afirmação?
JOCÉLIO MORAES: É difícil dizer que o
governo perdeu o controle. Na verdade, não deram a devida prioridade é não
estão articulados para combater a criminalidade. Os deputados não conseguem dá
uma resposta frente a violência. Os governadores e presidente não consegue
executar políticas públicas eficientes. Tivemos agora aquela intervenção no Rio
de janeiro, mas e aí, até quando a força nacional vai ficar fazendo o trabalho
que é do governo estadual? Ou seja, não tiveram planejamento, articulação e
execução que mudasse a realidade hoje estabelecida.
CURTO E DIRETO: Que atos de violência
são mais marcantes na sociedade?
JOCÉLIO MORAES: Os atos de violência
são muitos, rivalidades dos grupos por território do tráfico, assaltos
bancários, sequestros, etc....
CURTO E DIRETO: Na sua opinião, o que
representou a rebelião na cadeia pública de Pentecoste?
JOCÉLIO MORAES: São facções que estão
medindo forças para demonstrar sua força e controlar os seus territórios de
atuação. Os governos não conseguem dá uma resposta frente ao crime organizado.
A sociedade está acuada, pois também está refém da violência tamanha.
Representa vários pontos de vista.
CURTO E DIRETO: Pode se considerar que
Pentecoste se tornou ou está se tornando uma cidade violenta?
JOCÉLIO MORAES: Nos últimos cinco anos
os números de homicídios reduziram significativamente. Os assaltos tinham
subido, mas também já caíram. Agora, a prevenção é sempre importante como um
alerta para o que está acontecendo atualmente.
CURTO E DIRETO: Quais as principais
consequências do crescimento da violência e criminalidade no Brasil?
JOCÉLIO MORAES: É uma sociedade
fragilizada, jovens que entram mais cedo no mundo do crime, morrem cedo também.
A educação também sofre, pois a questão da civilização está ligado a cultura
educacional, formação de cidadãos críticos e reflexivos. O Brasil também sofre
com as desigualdades sociais, desemprego. Crianças são prejudicadas.
O futuro é uma incógnita.
CURTO E DIRETO: Quais medidas deveriam
ser tomadas para evitar tantos índices de violência e criminalidade?
JOCÉLIO MORAES: Sem dúvida
investimentos na educação, cultura, segurança. Formação para os profissionais.
Conscientização da sociedade de como trabalhar em conjunto. As políticas
públicas estarem articuladas, buscando a participação da sociedade.
Por: DAVI ALBUQUERQUE