quinta-feira, 27 de abril de 2017



Argentina x Brasil. Sempre tivemos um grande contato com os Hermanos argentinos. Além da imensa planície que os dois países possuem, a grande adoração ao futebol é outro ponto  marcante que aproxima muito os países do Tango e  do Samba.  A rivalidade não impede de turistas argentinos visitarem o Brasil e vice-versa.  Para eles somos a pura alegria e para nós os vizinhos são puro glamour e drama. Não havendo nenhuma restrição,  o psicólogo e filosofo argentino, José Cardozo veio três vezes ao Brasil e  relatou suas vivencias e suas emoções no país líder na economia latina.  Ele fez uma analise e comparou pontos relevantes que existem em um e na outra nação latino-americana. 

CURTO E DIRETO: Quem foi você durante os momentos que esteve no Brasil e quem é você na Argentina?
JOSÉ CARDOZO:  Estive no Brasil como missionário da igreja católica. São Paulo. Goiás, Belo Horizonte e comunidades rurais, foram as localidades em que pude conhecer. De inicio tive uma impressão de distintas culturas. O idioma Português muda de São Paulo até o Norte. Em todos os lados percebi  pessoas gentis e amáveis. Chamou-me muita atenção também a cultura rural, pois as pessoas são muito humildes e religiosas.
CURTO E DIRETO: Não somos irmãos só geograficamente, mas também no idioma:  Português e Espanhol. Quando você chegou no Brasil o que achou do som da nossa língua?
JOSÉ CARDOZO: O idioma português do Brasil tem melodia e é mais realista. Me encantou. Tem uma doçura e simplicidade. Tem canto e alegria. Me destacou muito a alegria dos brasileiros. Tem muita dança, gingado e poesia. Sorriem com todo o rosto e quando estão alegres , percebe-se brilho nos olhos.
CURTO E DIRETO: Recentemente um turista argentino foi morte em uma briga entre um grupo de brasileiros e argentinos no Rio de Janeiro. Como você analisa este fato?
JOSÉ CARDOZO: A passionalidade na cultura brasileira tem  seu custo violento e agressivo. Se for provocado com violência, reage com violência. A particularidade brasileira é indistinta porque responde a um padrão regional. Temos  que observar que Brasil não é moreno escravo; é de sangue e pele herdeira das pessoas originais(o indígena). O que faz o  padrão genético e tribal se observa nas comunidades do Mato Grosso e algo mais civilizado como a da região do Natal. Contudo, no interior do país, as pessoas são mais dóceis e amigáveis, tem um caráter sofredor.
CURTO E DIRETO: Você se sente mais seguro na Argentina do que no Brasil?
JOSÉ CARDOZO: Por costume, me sinto mais seguro na Argentina. Tenho minhas raízes lá e me sinto melhor.
CURTO E DIRETO: As manifestações são bem presentes na Argentina. Constantemente  percebe-se a população protestando contra o Governo e ultimamente o  Brasil está experimentando estes atos de forma mais ativa. Em sua opinião Argentina obtêm respostas concretas e positivas  com respeito as  pretensões contra as ações do Governo?
JOSÉ CARDOZO: Na Argentina temos uma complexa soma cultural e  passional, muito visceral. Protestam por tudo, nada o conforma, tudo confronta, pouco lhes caem bem. Vive a política á flor da pele e quando é espectador de futebol é capaz de dar a vida: és muito jogador. Em questões  politicas também põe á alma. Mas não é transparente no papel de político. Tem uma genética corrupta. Eles gostam do caminho curto  e gostam de aproveitar bem as oportunidades.
CURTO E DIRETO: Isso identifica Argentina como um país mais democrático que o Brasil?
JOSÉ CARDOZO:  Brasil tem mais identidade democrática que Argentina. No Brasil funciona o sistema republicano porque o poder judicial é respeitado. Quando retiraram Dilma Rousseff do poder, o poder judicial atuou  com  independência e o povo concordou. Na Argentina  podemos dizer  tudo o que quiser, porém não acontece nada.
CURTO E DIRETO: A persistência da desigualdade social em ambos os países é considerado como algo cultural. Mas com diferenças, já que Argentina tem uma forte influencia europeia até hoje.  Que comparação você faz sobre os menos favorecidos?
JOSÉ CARDOZO:  A experiência dos menos favorecidos se  incrementou  na  década dos anos '70 quando  na  região latino-americana surgiu a famosa corrente ideológica ultra esquerdista e chegada  em massa dos monitores norte-americanos que deram ol triste nome de "sistema de segurança nacional" cujo doutrina foi para as formas Armadas dos distintos países do cone Sul americano. Dai que se levaram os golpes militares no Chile, Uruguai, Paraguai, Brasil,  Argentina, Peru e alguns países caribenhos, dos quais perduram pragmaticamente na Cuba e Venezuela. A  hierarquia de importância surgiu a superação  com a democracia devido á soma do  régime totalitarista que era muito caro para abrir-se ao mercado europeu  e o resto do mundo. De fato, havendo passado essa época  de golpes militares, os países se transformarão na qualidade de países em veia de desenvolvimento. Sair dessa  etapa  ainda custa  porque ainda há uma cultura de violência, de morte, de descarte, de subvalorização. A população ainda se sente ferido por essa cultura de ressentimento. A classe política esta aproveitando-se desse vazio educativo e de necessidades para dar golpes baixos e submete-lo. A porcentagem populacional de pobreza na América Latina é  de 36%  do total populacional. A pobreza e a marginalidade e indigência são notáveis  e provoca a cultura do delito e a insegurança
CURTO E DIRETO: Qual é a sua opinião sobre o  desempenho econômico e social do Brasil como pais líder econômico na América latina?
JOSÉ CARDOZO: Brasil, por ser um país numeroso tem um índice alto de pobreza. Tem muitas culturas tribais e são sociedades Estadas que não tem sentido á responsabilidade socio-político-econômica. Há regiões muito pobres e marginalizadas como a comunidade originarias do Mato Grosso e São Paulo. Os Estados do norte brasileiro são supervenientes que vivem graças ás políticas próprias e aos  mercados regionais, á exploração minera de carvão e caliças. Depois possui a zona do nordeste que vive do turismo do Atlântico e pouca zona do noroeste que tem a indústria do turismo também. Destaca-se a pesca e a exploração madeireira da zona mediterrânea. Tem boa  perspectiva á atividade agropecuária. No entanto, se nota a ausência de Estado Federal com a assistência educativa, sanitária, fiscal e com coparticipações com o ingresso do Produto Interno Bruto.
O Brasil ainda sofre politicamente a reativação económica porque houve líderes políticos que atrapalharam esse processo de desenvolvimento.
CURTO E DIRETO: Que pontos positivos e negativos você ver entre os dois países?
JOSÉ CARDOZO:  Que existe um mercado comum como positivo, como negativo a falta de nivelação sociocultural.
CURTO E DIRETO: Os Jovens como seres dinâmicos de uma sociedade, representam comportamentais culturas bem marcadas de um fator particular do país. Que analise comportamental você pode fazer sobre  os jovens brasileiros e os argentinos?
JOSÉ CARDOZO:O  jovem brasileiro é Valente, mas  tem uma alta e preocupante dificuldade de superação pessoal em termos de politicas sociais que nunca foram postas em pratica como lutas de superação cultural. Por isso, carecem de horizontes profissionais, artísticos, políticos, sociais. Essa comparação é semelhante do Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Costa Rica, Honduras e sem mencionar Venezuela. Uruguai usufrui de ótimas perspectivas junto aos jovens da Argentina. Brasil se caracteriza em carecer de emprego público. Poucos médicos, poucos enfermeiros e os advogados que tem se envolvem na politica. Na Argentina existe uma ampla gama de possibilidades para a superação pessoal com 36 universidades gratuitas que forma professionais para a Saúde,  a Ciência e o Direito. Inclusive, não só  forma e instruem os jovens argentinos, mas a muitos outros jovens da região latino-americana
CURTO E DIRETO: Em relação a  condição sexual: como ver a condição de aceitação de gênero e  de sexualidade nas  duas nações?
JOSÉ CARDOZO: Argentina deu  um passo adiante com a União Civil entre pessoas  do mesmo género, a transformação de identidade sexual e a adoção de crianças á casais do mesmo sexo constituídas na  União Civil (o casales). Por questões culturais  e a corrente que serviu de escalão político, hoje há mais aceitação da homossexualidade por uma questão civil, por uma questão de saúde(para tentar eliminar doenças sexualmente transmissíveis). De acordo com este passo se deu lugar para banir a homofobia e o bullying. Hoje há importantes  atores, jornalistas que manifestaram sua orientação sexual.
CURTO E DIRETO: Argentina hoje vive uma educação de qualidade?
JOSÉ CARDOZO: No nivel inicial, não. No nível médio tão pouco. Mas quanto ao acesso e possibilidades, a educação dos três níveis é obrigatória e gratuita.
CURTO E DIRETO: O substantivo Hermano(Irmão) é tomado como uma expressão afetiva ou de rivalidade?
JOSÉ CARDOZO: Com os brasileiros no geral, nos sentimos muito irmãos, quanto ao futebol, já não são tanto consideráveis.
CURTO E DIRETO: As novelas brasileiras são muito vistas na Argentina. Que nível de qualidade se encontra entre as produções tele dramatúrgicas brasileiras e argentinas?
JOSÉ CARDOZO: As produções brasileiras gozam de bom prestigio e cativa muito o publico argentino porque há bons escritores e conta com cenário ao mais puro estilo Hollywood. São criativos para uma encenação e investe muito nas obras que são magistrais. Não só são bem escritas, mas também são bem dirigidas, produzidas e convincentes. Ao  contrario  das produções argentinas, que são muito experimentalistas, usa formatos antigos, não tem criatividade nas produções; os escritores carecem de criatividade. Domina muito o heroísmo, a mediocridade  do vilão machista e não conta com cenários naturais e todas são elaboradas de acordo com particularidades portenha ( que vem de Buenos Aires): Questionador, insatisfeito, insaciável, avivado, pícaro e vantajoso.
CURTO E DIRETO: Que imagem vem rápida a maioria dos argentinos sobre o Brasil?
JOSÉ CARDOZO: A imagem que fica em minha mente sobre o Brasil é de um povo muito alegre, simples e fiel.
Por: DAVI ALBUQUERQUE


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