terça-feira, 25 de junho de 2019

                                 UMA CONVERSA DE NATUREZA PARA NATUREZA


Motivado pelo tédio geográfico, Tico decidiu fazer suas pernas se moverem pelo vasto terreno de seu avô, que possuía uma área verde debilitada pelos efeitos das mãos dos trabalhadores que ali se ordenavam em favor da supervivência.

Seus passos eram muito bem acompanhados por seus pensamentos de lamentação provocados pela ausência de pistas de skate, cinema para assistir seu favorito gênero de terror, agito social...Atividades atraentes a qualquer jovem de 15 anos.

Caminhando já quase meia hora, Tico para sob uma sombra de árvore, visivelmente um pé de goiabeira, no qual logo puxa o fruto de um dos galhos, nesse momento o pé de goiabeira exprime um som ecoante
-Ai!
O rapaz estranha o feito surreal.
-Vocês são exploradores e cruéis. Disse a velha árvore de tronco arrevesado e descamante. Tico, desafora logo contestou a critica.

- Pois, árvores estão para nos servir. A plantamos, a regamos e mantemos vivas, portanto, nada mais justo do que nos oferecer bons frutos. Aborrecida com o comentário, o pé de goiabeira plantado a um par de anos retrucou.

- Não, meu irmão ser vivo. De mim, vieram muitos e de muitos eu já vim, assim como próximos de você  estiveram aqui. Nos fazem colher dores até a morte para enriquece-los.
- Sua árvore abusada! Mandarei tira-la dessas terras que a sustenta de pé. A infeliz árvore dominada por forças humanas, teve seu lamento rejeitado e ameaçado.

Dando continuidade a sua caminhada, Tico resolveu descansar ás margens de um Rio. Sentado no chão úmido,  lançou uma pedra no rio e resmungou.

- Julgado por uma árvore, nada de interessante para distrair, longe dos meus amigos, eu odeio esse lugar cheio de mato.

com o lançamento da pedra, o rio que descansava acordou e reclamou do incomodo.

- Como atreve-se a me desacomodar? Pretende me encher de coisas que não suporto?

Ainda mais irritado, Tico respondeu bravamente.
- Que lugar louco! Eu só quero me divertir um pouco, mas me convenço que não há nada que me faça sair dessa monotonia.

O Rio responde de maneira sabia.

- Você quer ter lazer nos poluindo e destruindo? Eu não suporto tantos objetos desconhecidos dentro de mim, fico farto e sujo.

Como resposta, o jovem expressou mais uma vez seu estado raiva.

- Rio é uma das poucas coisas que ainda existe aqui para me satisfazer, onde posso mergulhar e nada mais além do consumo. Você deve permanecer por mais tem nessa fazenda.

Tico refrescou-se no rio e decidiu voltar para casa. No retorno, o jovem trocou os passos lentos uma pressa com o intuito de chegar antes do almoço. Enquanto corria, o chão em que pisava disse:
 - Vá mais devagar, você está fazendo buracos em mim. Essa ação natural ainda rendeu um susto a Tico.
- É para isso que você existe, para me apoiar. Agora deixe-me ir.
O chão experiente e mostrando-se dolorido falou

- Você veio de mim, antes que fosse o que é hoje, já foi o que hoje eu sou. Acredite ou não. você voltará a ser terra pura. Não me desgaste!

Ignorando a explicação, embora tenha ficado pensativo, Tico segue seu trajeto de volta para casa e um vento fresco fortemente soprou em seus ouvidos, o ar revelou o seu estado doentio.

- Sofro todas as vezes que me entopem de fumaça e gases tóxicos me deixam sufocado quase sem vida.

Dessa vez Tico não se conteve, mostrou pesar por toda desarmonia gerada pelos seres humanos à  natureza. Ao chegar em casa, Tico saboreou a comida com brandura e pediu aos seus avó que cuidasse da existência de cada classe de natureza que havia na grande propriedade.
Por: DAVI ALBUQUERQUE

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